sábado, 28 de dezembro de 2013

Zé Ramalho e Lula Côrtes: O caminho da montanha do Sol

José Ramalho Neto e Luiz Augusto Martins Côrtes, um "super-duo". Do seu místico encontro houve uma explosão musical de 14 Megatons, o mítico Paêbirú (Caminho da montanha do Sol).
Este raríssimo álbum foi lançado pelo selo Rozenblit, e quase todas as 1.300 cópias foram destruídas durante uma inundação em Recife no mesmo ano de lançamento (1975), restando cerca de 300 cópias originais. A fita master também foi destruída. Relançado em 1995 pela gravadora alemã Shadoks Music, e 2008 pela inglesa Mr. Bongo, e 2012 no Brasil, não obstante sua qualidade perpassar qualquer dificuldade. O disco é hoje o vinil de maior valor comercial do mercado brasileiro e mundial, suas cópias já alcançaram o valor de R$ 5.000!!


O álbum é inoxidável. Traz elementos de Rock psicodélico, jazz e ritmos regionais / nordestinos, afoxé(?). A principal inspiração do duo foi a Pedra do Ingá, no município de Ingá, interior da Paraíba, que é hoje um dos monumentos arqueológicos mais significativos do mundo. No decorrer do álbum, o usuário, auditor, expectador enfim... se depara com "Sumé": entidade mitológica em que os indígenas acreditavam antes da colonização.




O álbum duplo traz 4 lados: Terra, ar, fogo e água. Em terra, observamos tambores, congas, flauta e sax alto, e ainda berimbau; em ar, há harpas, violas, e ainda suspiros, conversas e risadas. Fogo parece ser o lado mais pesado do disco, contando com guitarra distorcida, órgão e um som menos acústico, lançando-se fundo no rock psicodélico. Água traz sons de água corrente, louvação a Iemanjá, e incorporação de gêneros como o baião.





Cabe adicionar que contribuiram para o disco Alceu Valença e Geraldo Azevedo. Don Tronxo participa na guitarra em "Harpa dos Ares", segundo Zé Ramalho ele era um dos mais loucos naqueles anos psicodélicos.
A arte do álbum ficou a cargo de Kátia Mesel, então esposa de Lula Côrtes, cujas imagens foram obtidas em várias visitas à Pedra do Ingá.
Paêbirú, o caminho da montanha do Sol, que se estendia por mais de 1.200 km da costa brasileira, do oceano Atlântico ao Pacífico.

Confira entrevista com zé Ramalho no Psicodélico.
Calango, ouça tudo!.
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2 comentários:

Raphael Elias disse...

é o tipo de álbum que sempre estou redescobrindo, uma obra-prima de grandes artistas universais. uma síntese musical de uma baita viagem banhada de enteogenia!!!!

Arelly Padilha disse...

som incrível!